Ele não vai mudar por você
- Gabriela dos Reis

- 11 de ago.
- 2 min de leitura
Muitas mulheres permanecem em relacionamentos insatisfatórios ou até abusivos acreditando que, com o tempo, paciência e amor, o parceiro vai mudar. Essa esperança não nasce do nada: ela é alimentada por uma cultura que ensina desde cedo que a mulher é responsável por “salvar” o homem, fazê-lo amadurecer ou “resgatar” sua melhor versão.
Mas a realidade é outra: ele não vai mudar por você, nem por ninguém. Mudança verdadeira não acontece como um presente para agradar alguém — ela nasce de um compromisso profundo que o próprio sujeito faz consigo mesmo. Quando um homem não tem esse compromisso, não importa o quanto você se dedique: o que vai mudar, no máximo, é a sua energia e autoestima, que se destroem a cada tentativa frustrada.

No contexto de relacionamentos abusivos, a probabilidade de mudança é quase inexistente, pois para mudar o primeiro passo é se responsabilizar e reconhecer as ações, o que abusadores nunca fazem. Esse tipo de pessoa não se transforma porque “finalmente entendeu o que têm a perder”. Infelizmente, na maioria dos casos, eles apenas trocam de vítima — repetindo os mesmos padrões.
E aqui é importante falar de algo que muitas vezes é usado como esperança, mas que também pode aprisionar: a fé. Infelizmente, há líderes religiosos que desencorajam mulheres a denunciar ou sair de um relacionamento violento, dizendo que “Deus pode mudar o agressor” ou que é preciso “orar e ter paciência”. Essa mensagem é perigosa. A espiritualidade pode ser fonte de força para você se proteger e se reconstruir — mas não deve ser usada como desculpa para manter você exposta ao perigo. Fé não é ferramenta de controle, e Deus não espera que você suporte violência para provar amor ou devoção.
A armadilha é que sinais de desinteresse ou desrespeito muitas vezes se misturam a gestos pontuais de afeto, criando confusão emocional. Por isso você sente tanta dificuldade de se desvencilhar dessa pessoa. Você começa a pensar: “Se ele já foi carinhoso uma vez, pode ser de novo”. Mas de que adianta viver uma vida a espera de raros momentos bons e sofrer tanto no cotidiano Mas viver à espera dessa exceção é um ciclo que só adia o inevitável. É importante entender: não é falta de amor seu encerrar algo que te faz mal. Pelo contrário — é amor próprio.
Ao aceitar que ele não vai mudar por você, você para de colocar sua vida em espera e começa a investir naquilo que realmente pode transformar: a sua própria história, escolhas e vínculos. O seu valor não está em quantas vezes você tenta “fazer dar certo”, mas na coragem de dizer: “Eu preciso ir embora, mesmo que não queira”.
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