Por que você deve parar de ser boazinha
- Gabriela dos Reis

- 17 de out.
- 3 min de leitura
Se te dizem com frequência “você é muito boazinha”, este texto é para você.

Há uma grande chance de que você assim como eu, tenha crescido ouvindo que ser “boazinha” era uma qualidade, uma das mais importantes aliás. Que agradar, compreender o outro e evitar conflitos era o que tornava alguém “uma mulher sábia”.
Mas o problema é que essa “bondade” que te ensinaram vem de um lugar perigoso, onde o afeto é condicionado e o amor é medido pela sua capacidade de se doar, mesmo quando isso te fere.
Existe uma diferença profunda entre ser boazinha e ser uma boa pessoa. E, para muitas mulheres, essa distância é um verdadeiro abismo emocional. Entender essa questão pode te libertar dessa armadilha que atravessa nossas vivências há tempo demais.
Ser “boazinha”, na realidade, significa agir em busca de ser reconhecida e validada. Isso porque buscamos fugir do medo de ser rejeitada, de sermos mal interpretadas, de decepcionar e desagradar. É uma performance moldada pelo olhar do outro, na tentativa de garantir amor e aceitação.

O curioso é que esta postura nos faz receber justamente o contrário: em troca, geralmente ganhamos sobrecarga e desvalor. É um ciclo que se repete e mina a autoestima de forma silenciosa.
Em contraponto, ser uma boa pessoa vem de outro lugar, que é a da integridade, da empatia saudável e da consciência dos próprios limites. É agir com ética e respeito, sem precisar se anular ou se moldar pelo outro.
A boazinha acredita que precisa estar sempre disponível, que dizer “não” é egoísmo, que impor limites é ser “grossa” e que se posicionar demais é ser chata. Ela tenta se adaptar, se encaixar e até mesmo se transformar para manter vínculos e, sem perceber, acaba se afastando de si mesma.
Esse perfil, por mais gentil que pareça, é fruto de uma lógica cultural que naturaliza o silêncio feminino e desestimula a autonomia. E quando essa lógica é internalizada, a mulher passa a acreditar que precisa merecer o direito de existir. Ou seja, quanto mais passiva ela se torna, menos protagonismo ela tem na própria vida.
Ser uma boa pessoa, por outro lado, não tem nada a ver com submissão ou complacência. No sentido mais genuíno, é aquela que cuida com consciência, que sabe acolher sem se violentar, que entende que amor também é limite, e que o “não” pode ser uma forma de respeito, inclusive por si mesma.
Parar de ser boazinha não significa se tornar fria, insensível ou egoísta. Significa aprender a sustentar o próprio desejo, a nomear o que te incomoda, a reconhecer o que você sente e a se responsabilizar por suas escolhas sem carregar o peso das expectativas alheias. É uma transição de papel social: da mulher que busca aprovação para a mulher que busca autenticidade.
Quando você aprende a parar de ser boazinha, você finalmente adquire o poder de ser inteira, tal como você é. E, então, passa a viver sem o peso de só se sentir bem quando recebe algum tipo de reconhecimento do outro.
Se você se identificou com o texto, a terapia é um espaço seguro para compreender de onde vem essa necessidade e desenvolver recursos emocionais que te ajudem a se relacionar de forma mais saudável, consigo e com os outros.
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